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          Um estudo recente demonstrou que os parabenos são detetados na mama da mulher em concentrações elevadas, predominantemente na zona axilar. Esta informação veio contribuir para o debate sobre a segurança dos parabenos, a sua utilização como conservantes antimicrobianos e os riscos potenciais à saúde, particularmente em relação à sua atividade estrogénica, que pode contribuir para o risco de cancro da mama.

          Neste sentido, este estudo relacionou as concentrações de parabenos encontradas nas diferentes zonas da mama, sendo que o tecido da axila foi o que apresentou valores mais elevados, destacando-se o metil- e proprilparabenos relativamente aos restantes. Este facto vem corroborar a hipótese de que a aplicação de produtos de higiene corporal contendo parabenos pode ser prejudicial. Mas por outro lado, um conjunto de mulheres que participou no estudo afirmou nunca ter usado este tipo de produtos, o que alerta para uma outra possível fonte de contaminação. Devido às suas propriedades estrogénicas, os parabenos têm gerado alguma preocupação na medida que podem apresentar um carácter carcinogénico.

          Foi ainda reportado que o metilparabeno pode estar associado à apoptose nas células epiteliais da mama, assim como o butil- e o propilparabeno podem produzir lesões no DNA, contribuindo para a malignidade das células alvo (Harvey and Everett, 2012).

          Um dos mecanismos apontados que justifique a elevada incidência do cancro da mama e a quantidade de parabenos encontrada neste tecido é o facto dos parabenos apresentarem afinidade para o recetor dos estrogénios, embora esta seja baixa. Para além disto, foi provado que os parabenos apresentam um efeito potenciador dos estrogénios, uma vez que participam na inibição de enzimas sulfotransferases, traduzindo-se num aumento de estradiol livre e da atividade da aromatase, que por sua vez desempenham um papel importante na estimulação do crescimento das células epetiliais da mama. Um outro mecanismo que poderá estar envolvido nesta associação dos parabenos com o aparecimento do cancro da mama passa pelas lesões que podem causar no DNA. Contudo, é necessário mais evidências que comprovem esta associação, assim como o desenvolvimento de mais estudos sobre os mecanismos envolvidos (Konduracka et al., 2014).

Cancro da mama

 


 
  • Harvey, P.W., and Everett, D.J. (2012). Parabens detection in different zones of the human breast: consideration of source and implications of findings: Discussion of parabens in breast. J. Appl. Toxicol. 32, 305–309.

  • Konduracka, E., Krzemieniecki, K., and Gajos, G. (2014). Relationship between everyday use cosmetics and female breast cancer. Pol. Arch. Med. WewnÄ™trznej 124, 264–269.


 
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