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          Os parabenos são extensivamente metabolizados (Abbas et al., 2010).

          Após a administração oral, os parabenos são rapidamente absorvidos no trato gastrointestinal e no sangue. As administrações orais e dérmicas conduzem provavelmente à hidrólise dos parabenos por esterases não específicas, amplamente distribuídas pelo corpo e abundantes em locais de entrada, tais como a pele, o tecido adiposo subcutâneo e sistema digestivo (BÅ‚Ä™dzka et al., 2014).

          Em mamíferos, são principalmente hidrolisados a ácido 4-hidroxibenzóico, o qual é depois conjugado com o sulfato, com o ácido glicurónico ou com a glicina (Fig. 1), antes de serem excretados na urina. No entanto, 2% das doses aplicadas são retidas nos tecidos e aproximadamente 4% são removidas com as fezes. As esterases são responsáveis pela eficiente hidrólise dos parabenos a ácido 4-hidroxibenzóico.

          No ser humano, os parabenos podem também ser excretados como conjugados de sulfato e glicuronídeos. O perfil metabólico é fortemente dependente da forma de exposição. Com esse efeito, os glicuronídeos têm sido usados ​​como biomarcadores urinários de exposição no homem, em detrimento do ácido 4-hidroxibenzóico, o qual é um metabolito inespecífico de todos os parabenos.

          As reações de glicuronidação são concretizadas pelas UDP-glucuronosiltransferases (UGT). Estas catalisam a ligação do ácido glicurónico de um doador de alta energia, o ácido UDP-aD-glicurónico, a substâncias estruturalmente não relacionadas que contêm um grupo aceitador nucleofílico (hidroxilo, ácido carboxílico, tiol ou amina), conduzindo à formação de glicuronídeos hidrofílicos que são excretados na urina e pela bilis.

          De uma forma geral, os parabenos parecem ser estáveis no plasma humano, mesmo após 30 dias. O plasma humano contém elevadas concentrações de esterases, tal como butirilcolinesterase, paraoxonase, acetilcolinesterase e albumina, que podem estar envolvidas na sua hidrólise.

          Em contraste com a situação verificada no plasma, os parabenos apresentam-se instáveis nos microssomas do fígado humano. Estes são rapidamente hidrolisados, mas as suas constantes de velocidade de hidrólise diminuem linearmente de acordo com o comprimento da cadeia alquilo. A multiplicidade das isoformas da UGT envolvidas na biotransformação dos parabenos constitui um poderoso mecanismo de desintoxicação, especialmente a ação combinada das esterases das famílias 1A e 2B (Abbas et al., 2010).

           Embora a pele humana contenha isoformas das carboxilesterases, a sua concentração e atividade pode ser insuficiente para uma hidrólise completa dos parabenos aplicados dermicamente. Adicionalmente, podem ocorrer lesões na pele pelo acumular de parabenos não metabolizados na pele.

          Contudo e de forma geral, esta bioransformação vai impedir a acumulação destas moléculas no homem e, assim, evitar a sua eventual toxicidade (BÅ‚Ä™dzka et al., 2014).

 

 

 

 


 

METABOLISMO


 

Figura 1 - Vias de metabolização dos parabenos no homem. Os parabenos são metabolizados principalmente através da hidrólise por esterases e por meio da glicuronidação catalisada pelas UDP glicuronosiltransferases(UGT) usando ácido UDP-glicurónico (UDPGA). Podem também produzir conjugados sulfónicos pelas sulfotransferase(ST) usando 3'-fosfoadenosina 5'-fosfosulfato(PAPS) como substrato dador de sulfato, ou o ácido 4-hidroxihipúrico através da transferase de aminoácidos (EM) usando a glicina como substrato dador (adaptado de: Abbas et al., 2010).


 
  • Abbas, S., Greige-Gerges, H., Karam, N., Piet, M.-H., Netter, P., and Magdalou, J. (2010). Metabolism of parabens (4-hydroxybenzoic acid esters) by hepatic esterases and UDP-glucuronosyltransferases in man. Drug Metab. Pharmacokinet. 25, 568–577.

  • BÅ‚Ä™dzka, D., GromadziÅ„ska, J., and WÄ…sowicz, W. (2014). Parabens. From environmental studies to human health. Environ. Int. 67, 27–42.

 

 


 
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