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          O uso ambíguo dos parabenos apresenta consequências para o meio ambiente, no sentido em que acabam por estar distribuídos por diversos locais. Vários estudos indicam a presença dos parabenos em solos e sedimentos, no ar e poeiras, em seres vivos como fungos. E podem ser encontrados também nas águas. Todos estes locais são fontes de exposição para os humanos, mas sabe-se que a maior exposição parte do uso de produtos cosméticos e de higiene, assim como de fármacos. Na figura 1 da Comunicação de Risco está representado esta mesma distribuição dos parabenos face às diversas fontes, e percebe-se que, apesar de ser ambígua, existe em concentrações muito baixas, pelo que possivelmente a presença dos parabenos no meio ambiente não será responsável por causar efeitos adversos (Błędzka et al., 2014).

          

          Tem sido discutida a questão do tratamento das águas residuais apresentar falhas, e isto traduz-se na contaminação das águas, que se torna uma importante fonte de exposição para o ser humano. Um estudo de 2010, demonstrou a presença de parabenos na Ria de Aveiro. Neste estudo foram realizados testes para detetar compostos fenólicos que estão envolvidos na desregulação endócrina, sendo que as concentrações dos parabenos encontradas foram de 27 ng/L, ou seja relativamente baixas comparadas com outros poluentes, não é um dado surpreendente uma vez que são compostos facilmente biodegradáveis. O metilparabeno e o propilparabeno foram os que estavam em maiores concentrações, o que toma algum sentido, na medida em que são os predominantes nas misturas de parabenos nos produtos cosméticos e farmacêuticos. Os resultados deste estudo encontram-se concordantes com outros estudos que foram descritos na literatura em relação à concentração de parabenos em águas. Por exemplo, nas águas da Bélgica o máximo de concentração encontrada foi de 0,0085 µg/L, no Canadá está descrito concentrações entre 0,04 e 2,4 µg/L, e em Espanha 0,06 e 2,9 µg/L. Sendo que mais uma vez o metilparabeno e o propilparabeno são os que maior peso têm nestas concentrações (Jonkers et al., 2010).

 

  • Błędzka, D., Gromadzińska, J., and Wąsowicz, W. (2014). Parabens. From environmental studies to human health. Environ. Int. 67, 27–42.

  • Jonkers, N., Sousa, A., Galante-Oliveira, S., Barroso, C.M., Kohler, H.-P.E., and Giger, W. (2010). Occurrence and sources of selected phenolic endocrine disruptors in Ria de Aveiro, Portugal. Environ. Sci. Pollut. Res. 17, 834–843.

 

 

INTERAÇÃO COM O AMBIENTE

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