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          Após a administração oral, os parabenos são rapidamente absorvidos para o trato gastrointestinal e para o sangue (Błędzka et al., 2014).

          Uma vez no sangue podem ser conjugados no fígado com a glicina, com o sulfato, ou com o glucuronato para excreção na urina. Porém, são também moléculas lipofílicas e podem ser absorvidas através da pele intacta acumulando-se nos tecidos. De facto, estes compostos foram encontrados em tecidos do cancro da mama.

          Os parabenos têm uma fraca atividade estrogénica e foi demonstrada a sua capacidade em induzir o crescimento in vitro de células MCF-7 – células do cancro da mama humano, levando alguns investigadores a sugerir o seu potencial como iniciadores ou promotores de cancro de mama. O consenso atual é de que os efeitos sobre a saúde humana dos parabenos, incluindo o risco de cancro, deve-se a muito mais do que ao mimetismo estrogénico. Portanto, não parece razoável negligenciar o possível envolvimento dos parabenos no processo da carcinogénese (Błędzka et al., 2014) (Crinnion, 2010).

           O metil- e propil- parabenos, os dois parabenos mais vulgarmente encontrados, são também inibidores potentes da função mitocondrial. Essa ação por si só pode torná-los xenobióticos indesejáveis​​, especialmente para qualquer pessoa com problemas de saúde relacionados com a disfunção mitocondrial. Este efeito sobre a função mitocondrial tem sido proposto como um mecanismo para seu possível papel na infertilidade masculina (Crinnion, 2010).

          Em geral, os estudos in vivo sugerem que, nos níveis atuais de exposição, o impacto dos parabenos na reprodução, no desenvolvimento e na homeostase parece ser de importância marginal.

          No entanto, alguns estudos envolvendo populações humanas conseguiram encontrar fraca, mas significativa relação entre a concentração de parabenos na urina com os biomarcadores de stresse oxidativo, com a lesão no DNA dos espermatozóides e com as hormonas da tiroide presentes no soro.

          Embora as correlações possam ser coincidência, não parece razoável excluir a possibilidade de que os parabenos, mesmo em muito baixas concentrações, tenham influência na homeostase do organismo.

          Mais pesquisas, incluindo estudos que comportem maior número de amostras envolvendo os seres humanos, são necessárias para avaliar os possíveis efeitos adversos dos parabenos. Além disso, a influência dos parabenos noutros tecidos sensíveis aos esteroides, em particular aqueles dentro do sistema imunológico e do sistema nervoso central devem ser testados (Błędzka et al., 2014).

 

 

MECANISMO E TOXICIDADE

 


 
  • Błędzka, D., Gromadzińska, J., and Wąsowicz, W. (2014). Parabens. From environmental studies to human health. Environ. Int. 67, 27–42.

  • Crinnion, W.J. (2010). Toxic effects of the easily avoidable phthalates and parabens. Altern. Med. Rev. J. Clin. Ther. 15, 190–196.

 

 


 
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