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          Numa série de estudos realizados com parabenos, foi sugerido que estes poderiam induzir a hemólise celular e alterações bioquímicas no fígado e rim de ratinhos através da indução de stresse oxidativo e da peroxidação lipídica. Por outro lado podem induzir eczemas, dermatites ou alergias, e vários casos de hiperpigmentação excessiva seguintes à exposição solar e ao metil-parabeno.
          A dermatite alérgica de contato a partir de parabenos é baixa, varia de 0 a 4,2%, no entanto, a percentagem pode ser significativamente aumentada em pacientes com úlceras crónicas na pele (Tavares et al., 2009).

          Os parabenos, especialmente o metil-parabeno, são extensivamente usados em produtos cosméticos em concentrações elevadas (0,3-1 %) e penetram facilmente na pele.

          A pele contém porfirinas endógenas e exógenas e outros fotossensibilizantes, às vezes em níveis elevados. A pressão parcial de oxigênio na epiderme estima-se que seja mais elevada do que nos outros tecidos devido à exposição direta ao ar. O conteúdo em GSH (glutationa reduzida) na epiderme humana é cerca de 1 mmol/kg. Sob tais condições, são formados produtos pela reação do metil- e etilparabenos ou do hidrolisado, HBA, com o O2, na presença de glutationa reduzida (GSH) . O resultado é a formação de conjugados hidroquinona-glutationa (HQ–GSH) multisubstituídos como o 2,3,5-(triglutationa-S-il)hidroquinona (TGHQ), que devem ser provavelmente produzidos na pele pela exposição à luz visível ou ultravioleta.

          Como demonstrado no presente estudo, o TGHQ tem a capacidade de originar grandes quantidades de H2O2, através da auto-oxidação, que será reforçada pela alta concentração de oxigênio na pele. É amplamente aceite que o H2O2 penetra facilmente as biomembranas e decompõe-se a •OH e outros oxidantes reativos através da ação da radiação luz ultravioleta ou de metais. O envolvimento do stresse oxidativo causado por estas espécies reativas de oxigênio na inflamação e envelhecimento da pele tem sido já relatado. Por outro lado, o contínuo consumo de GSH pela formação de conjugados HQ – GSH deve aumentar o stresse oxidativo da pele, dado que a GSH é um antioxidante importante dos sistemas biológicos. Assim, os parabenos são potenciais pró-oxidantes na pele (Nishizawa et al., 2006).

 

 

 

Toxicidade na pele

 


 

Figura 1 - Mecanismo proposto para a reação dos parabenos com o O2, produzindo o radical semiquinona (Nishizawa et al., 2006).


 
  • Tavares, R.S., Martins, F.C., Oliveira, P.J., Ramalho-Santos, J., and Peixoto, F.P. (2009). Parabens in male infertility—Is there a mitochondrial connection? Reprod. Toxicol. 27, 1–7.

  • Nishizawa, C., Takeshita, K., Ueda, J., Nakanishi, I., Suzuki, K.T., and Ozawa, T. (2006). Reaction of para -hydroxybenzoic acid esters with singlet oxygen in the presence of glutathione produces glutathione conjugates of hydroquinone, potent inducers of oxidative stress. Free Radic. Res. 40, 233–240.


 
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