Parabenos

          Na literatura já existem alguns estudos descritos relativamente à possibilidade dos parabenos estarem relacionados com o cancro. No entanto coloca-se também a questão se estes poderão estar relacionados com outras patologias.

          De facto existem estudos que demonstram que os parabenos são promotores da adipogenese, uma vez que aumentam o número de adipócitos e ativam determinados recetores como PPARγ e PPARα. O primeiro possui um papel importante na diferenciação dos adipócitos, e está amplamente expresso no tecido adiposo, sendo que o PPARα embora esteja em menor quantidade, também se destaca pela sua importância no catabolismo de ácidos gordos (Taxvig et al., 2012).

          Num estudo realizado em células 3T3-L1 de ratinho, foi demosntrado que os parabenos causam um aumento na acumulação de lípidos, o que traduz a sua influência na diferenciação do adipócito. No entanto nem todos os parabenos exercem o mesmo efeito, pelo que o tamanho da cadeia alquilo apresenta-se relacionado com o aumento da diferenciação do adipócito. Assim, existe uma influência crescente do metil-, etil-, propil- e butilparabenos na adipogenese.

          Os parabenos vão também produzir um efeito aumentado na modulação de mRNA responsável pela expressão de adipocinas, adiponectinas, leptina e resistina, sendo que estas apresentam uma relação direta com a obesidade. Estas duas últimas hormonas apresentam um papel importante na regulação da homeostasia, sendo que a adiponectina afeta a resposta à insulina.

           Um outro ponto crucial a abordar será então a ativação dos recetores dos PPARγ e PPARα nos pré-adipócitos. O primeiro acaba por ser o responsável pela transcrição das várias hormonas envolvidas na adipogenese.

          Este estudo limitou-se a demonstrar uma relação entre os parabenos e a adipogenese in vitro, mais estudos serão necessários para prever um efeito in vivo e estabelecer uma ligação com a obesidade (Hu et al., 2013).